Milarepa, o asceta

“Recluso nos implacáveis cimos himalaios, Milarepa viverá assim até sua morte, dedicado à ascese, alimentando-se de papas de urtigas e tomando um aspecto descarnado e cadavérico, o corpo nu cobrindo-se de pêlos verdes.
Seus primeiros anos como eremita são inteiramente consagrados à penetração de verdades metafísicas apreendidas junto a Marpa.
Compõe cantos admiráveis, que são um dos tesouros da espiritualidade universal.

Descendente de Naropa e do Sendeiro da Libertação.
Que eu possa, solitário, ligar-me com sucesso à solidão.
Que os prazeres do mundo ilusório não me tentem;
Mas que cresça a tranquilidade da meditação;
Que eu não descanse mergulhado na inconsciência da quietude;
Mas que o desabrochar da Supra-Consciência brilhe em mim.
Que os pensamentos mundanos, criações do espírito, não me contrariem;
Mas que a folhagem luxuriante do Incriado brote em mim.
Que eu não seja, em minha ermitagem, perturbado pelos conflitos mentais;
Mas que eu possa fazer amadurecer o fruto do conhecimento da experiência.
Que Mara e seus exércitos não me confundam.
Mas que eu possa descobrir minha satisfação no conhecimento do meu Verdadeiro Espírito.
Que eu não duvide do Sendeiro e do método que sigo;
Mas que o percorra nas trilhas de meu pai espiritual.
Ó gracioso Senhor, Encarnação do Imutável.
Concede-me tuas bençãos! Que eu possa, eu, o mendigo, ligar-me firmemente à solidão.

Milarepa ascendeu por fim à beatitude e se estabeleceu no Nirvana.”

(extraído de O budismo tibetano, de Jean-Michel Varenne, Ed. Martins Fontes)

Feliz Parabéns, São Paulo

São Paulo: eu nasci aqui, mas sempre me senti uma estranha. No ninho.
Eu me sinto mais em casa em Boa Vista, Roraima, do que aqui.
No começo, quando voltei, em 88, tinha medo de você. Andava pelas suas ruas com desconfiança.
Andava pela 23 de maio procurando uma estação de metrô…
Ficava, inconsciente, atrapalhando o fluxo, parada no lado esquerdo, na escada rolante do metrô.
Hoje, eu vejo que você é só uma aldeia.
Impessoal, um pouco distante, você me deu a chance de crescer e me transformar aqui, de ser menos egoísta, a chance de me importar com os que estão ao meu redor, de aprender vários ofícios, de aprender com muita gente. Limpei 3 de seus bueiros nos últimos dias, inspirada por um eletrecista do Rio de Janeiro que mora aqui, ele foi mostrado na televisão limpando bueiros, num destes muitos dias de chuva.
Eu continuo fazendo o que posso pra ver você cada vez mais harmoniosa, cada vez mais solidária, com mais educação, mais livre, mais limpa, mais saudável, para nós, agora, e para as gerações que vêm aí. Obrigada, Sampa, Feliz Parabéns!

“O homem tem que controlar seus pensamentos antes de poder controlar a natureza.” (Paramahansa Yogananda)

6 de março de 1938

Os cataclismas que subitamente ocorrem no seio da natureza, provocando devastações e danos em massa , não são “obras de Deus”. Essas catástrofes resultam dos pensamentos e ações dos homens.
Onde quer que o equilibrio vibratório do mundo entre o bem e o mal seja perturbado por um acúmulo de vibrações nocivas, resultantes de pensamentos e procedimentos errôneos do homem, veremos destruições como as que experimentamos recentemente (1938)
O mundo continuará a ter guerras, calamidades naturais até que todos os povos corrijam seus erros de pensamento e de comportamento. As guerras ocorrem não por uma ação divina fatal, mas pela disseminação do egoismo natural. Elimine-se o egoismo- individual- industrial, politico, nacional e não haverá mais guerras.
Quando a materialidade predomina na consciência do homem, há uma emissão de raios negativos sutis, seu poder cumulativo perturba o equilibrio elétrico da natureza, e então ocorrem terremotos, enchentes e outros desastres. Deus não é responsável por eles!
O homem tem que controlar seus pensamentos antes de poder controlar a natureza.

(do livro A ETERNA BUSCA DO HOMEM , PAG. 304)

(E-mail de Eliane Lyu Barbosa)

Voltaire: nunca o vi, sempre o amei

Voltaire, nunca o vi, sempre o amei

“Se meus amigos são felizes, serei menos miserável.”
“Os raciocícios de todos os homens não valem o sentimento de uma mulher.”
“Não há verdade que não haja sido perseguida ao nascer.”
“Supérfluo, uma coisa muito necessária.”

“Só é suficientemente rico quem sabe limitar suas ambições.”
“Cedo ou tarde, a razão há de vencer.”
“O excesso de prazer não é prazer.”
“A política nada mais é que a arte de mentir de propósito.”
“O primeiro que comparou a mulher a uma flor foi um poeta; o segundo, um imbecil.”
“Deus pôs a verdade nos nossos ouvidos e o erro nos nossos olhos.”
“A arte da guerra é como a medicina: mortífera e conjectural.”
“O homem morre como nasce: sem cabelo, sem dentes e sem ilusões.”
“O melhor partido que se pode tomar contra a calúnia é desprezá-la.”
“O meu ofício é dizer o que penso.”

“Deve-se respeitar aos vivos, mas aos mortos ninguém deve nada senão a verdade.”