Feliz Parabéns, São Paulo

São Paulo: eu nasci aqui, mas sempre me senti uma estranha. No ninho.
Eu me sinto mais em casa em Boa Vista, Roraima, do que aqui.
No começo, quando voltei, em 88, tinha medo de você. Andava pelas suas ruas com desconfiança.
Andava pela 23 de maio procurando uma estação de metrô…
Ficava, inconsciente, atrapalhando o fluxo, parada no lado esquerdo, na escada rolante do metrô.
Hoje, eu vejo que você é só uma aldeia.
Impessoal, um pouco distante, você me deu a chance de crescer e me transformar aqui, de ser menos egoísta, a chance de me importar com os que estão ao meu redor, de aprender vários ofícios, de aprender com muita gente. Limpei 3 de seus bueiros nos últimos dias, inspirada por um eletrecista do Rio de Janeiro que mora aqui, ele foi mostrado na televisão limpando bueiros, num destes muitos dias de chuva.
Eu continuo fazendo o que posso pra ver você cada vez mais harmoniosa, cada vez mais solidária, com mais educação, mais livre, mais limpa, mais saudável, para nós, agora, e para as gerações que vêm aí. Obrigada, Sampa, Feliz Parabéns!

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