“Quem segue o caminho seguro está como que morto. Foi só depois da minha doença que compreendi o quanto é importante aceitar o destino. Porque assim há um eu que não recua quando surge o incompreensível. Um eu que resiste, que suporta a verdade e que está à altura do mundo e do destino. Então uma derrota pode ser ao mesmo tempo uma vitória. Nada se perturba, nem dentro, nem fora, porque nossa própria continuidade resistiu à torrente da vida e do tempo. Mas isso só acontece se não impedirmos que o destino manifeste suas intenções.”
(extraído de Memórias, sonhos, reflexões, C.G. Jung, Editora Nova Fronteira)
Month: July 2010
As três causas do desânimo (Louise Huber)
“A primeira causa é, frequentemente, um enfraquecimento da força de vida, um esforço excessivo do corpo físico devido ao grande número de tarefas e deveres. Se for este o caso, é necessário que se cultive a calma e o relaxamento. É uma questão de bom senso. É importante compreender que o trabalho de cada indivíduo deve estar adaptado à sua capacidade de realização e não a esmagadora necessidade.
A segunda causa é do tipo emocional. É o medo de falhar quando se tem algo a fazer. Está no receio de ser criticado porque a pessoa tem consciência de suas próprias limitações e insuficiências. Psicologicamente, esse medo tem suas raízes no fato de que se toma o trabalho e a si mesmo muito a sério, acreditando-se que o progresso do mundo depende dos esforços de um único indivíduo. A fim de atingir o equilíbrio, deve-se cultivar mais o humor, o aspecto cômico das coisas. Não nos devemos levar tão a sério e, sob certas circunstâncias, devemos rir de nós mesmos, de nossas próprias limitações e fraquezas. Daremos assim, o primeiro passo para nos libertar de uma postura forçada.
A terceira causa está em nossa estrutura mental, ou seja, no pensamento. Ela consiste na capacidade de ver todos os lados de uma questão. Sabemos de antemão o rumo das coisas, mas nada fazemos para não nos expor a qualquer perigo ou nos ridicularizar. Falta coragem. Acredita-se que qualquer ação nossa não tenha a menor utilidade. Desse modo, negligenciamos o próprio desenvolvimento e, frequentemente, perdemos a oportunidade de socorrer o próximo. Deve-se cultivar o senso das corretas proporções. A solução está no reconhecimento de que é melhor fazer alguma coisa ao invés de permanecer inerte, mesmo que esta ação não traga um enorme benefício. Devemos nos contentar com pequenos sucessos sabendo que, no final, o tempo, a eternidade e a evolução realizarão todas as coisas e que o mundo não foi feito em um dia. É importante conhecermos o tempo certo das coisas.”
(extraído de Signos, zodíaco, meditação, de Louise Huber, editora Totalidade/Hipocampo Editores)