“O físico C. F. von Weizäcker disse que ‘o homem tenta penetrar na verdade factual da natureza, contudo, em suas insondáveis profundezas, de súbito, como em um espelho, encontra a si mesmo.’
Jung se interessou pela alquimia e seu simbolismo, pois ela conduz à unidade da psique e da matéria, sendo ambas expressões diferentes de uma única realidade central. A alquimia partilha isso com a astrologia, pois os planetas espelham eventos externos, estados corpóreos e processos psíquicos.
Com efeito, os alquimistas calculavam o momento adequado para suas experiências segundo os ciclos planetários, acreditando que ‘para tudo há ocasião, para cada propósito sob o céu há um momento.’ Assim, há momentos favoráveis e desfavoráveis para lidar com a natureza ou para trabalhar com a psique, como sabem o astrólogo e o terapeuta.
Os alquimistas desejavam transformar a substância básica da natureza humana, a prima materia que, segundo a Igreja ensinava, era fixa e inalterável, para libertar seu potencial essencial e divino.
Do ponto de vista da Igreja, a única esperança do indivíduo consistia em reprimir ou transcender sua fera mentecapta, enquanto os alquimistas se preocupavam em confrontar e integrar os elementos sombrios
em nosso interior. Assim, Jung descobriu um paralelo com o trabalho de psicoterapia: a sessão terapêutica corresponderia ao cadinho alquímico, contendo as substâncias com que se iria trabalhar.
A imagem da contenção é muito importante, pois apresenta um caminho intermediário entre repressão e possessão, referindo-se à capacidade que a consciência tem de trazer alguma coisa a lume e de mantê-la ali pelo tempo necessário para sua transformação.
Se, como o cadinho alquímico, pudermos conter nossas paixões primitivas quando forem libertadas – ou seja, sem nos separarmos delas nem pô-las em prática – então, na linguagem alquímica, começaremos a formar ouro, uma força interior que pode lidar com a vida de modo mais criativo.”
(extraído de Imagens da psique, de Christine Valentine, Ed. Siciliano)
Month: August 2009
“Reconheçamos nossa própria ignorância.” (Stephen Arroyo citando Dr. Marvin Layman)
ARROYO: Chegamos aqui a dois pontos muito importantes que podem auxiliar o astrólogo praticante a manter-se concentrado e na disposição de espírito correta, com um pouco de humildade. Essas duas observações não podem ser consideradas superficiais e simples:
1. Há na mente de qualquer pessoa que procura um astrólogo, de forma consciente ou inconsciente, a crença de que, por trás das afirmações do astrólogo reside o poder do cosmos. Mesmo que estas pessoas sejam céticas na superfície (digamos, um cliente de capricórnio com 7 planetas em Virgem), elas não estariam ali se não tivessem, em algum lugar profundo do seu íntimo, o sentimento de que ‘aquilo que o astrólogo diz pode ser a verdade da minha vida. Talvez seja a verdade do cosmos.’
Assim, eis que surge a questão: quantos astrólogos dispõem das condições necessárias à interpretação do cosmos? É justamente isso que fazemos: interpretamos o cosmos. Interpretamos o estado do sistema solar como ele se reflete na vida do indivíduo. Trata-se de uma tarefa de caráter profundo. Mais uma vez, segundo penso, ela traz a cada pessoa um pouco de humildade e a percepção de que precisamos reconhecer nossos próprios limites. O segundo ponto mantém estreita relação com o primeiro.
2. Estamos lidando com algo sagrado quando aconselhamos outra pessoa com relação às suas necessidades, aos seus sentimentos e às suas aspirações de caráter mais profundo. Não lidamos simplesmente com um objeto a serviço da exaltação do nosso ego. Não lidamos com uma coisa que podemos tratar como argila e moldar da forma que nos aprouver. (O aconselhamento) constitui uma interação extremamente sagrada. Precisamos ter a consciência de que só podemos interpretar o cosmos e, por conseguinte, a vida da pessoa que temos diante de nós, até o limite do nosso grau mais elevado de consciência. Essa pessoa pode ter um nível de consciência e de aspirações mais elevado que o nosso. É preciso dar um espaço para a nossa própria ignorância! Por mais que se saiba, 90% dos clientes pode ter mais consciência que nós. É preciso deixar um espaço para isso. Reconheçamos nossa própria ignorância.
Por exemplo, um certo fator netuniano num determinado mapa pode ser um indício de auto-ilusão, mas também pode indicar uma tremenda dedicação espiritual ou um impressionante idealismo ou devoção. Pode também indicar essas duas espécies de coisas! Assim, é preciso dar espaço para a pessoa a que este fator se refere. Não podemos simplesmente proclamar: ‘Ah, isso indica auto-ilusão.’ Não sabemos necessariamente quais são as aspirações daquela pessoa no nível mais profundo. Assim sendo, como dizem na homeopatia: ‘antes de tudo, não provoque qualquer dano.’ Deixe que as pessoas sejam o que são.
(extraído de Astrologia, prática e profissão, de Stephen Arroyo, Ed. Pensamento. Arroyo cita dois tópicos de Interviewing and counseling techniques for astrologers, de Dr. Marvin Layman)
“Saúde…
Para refletir, por Huberto Rohden
Para refletir
por Huberto Rohden
Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros.
Qual a razão última dessa mania de maledicência?
É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.
Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.
Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.
Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros.
Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar de doentes os outros para gozar a consciência da saúde própria.
As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência.
Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algo parecido com whisky, gin ou cocaína – que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.
A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente.
Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras.
Fala-se muito por falar, para “matar tempo”. A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades.
Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.
Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões, enceguecidas, que se atiraram sobre outras nações, transformando-as em ruínas.
Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra.
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel.
Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio. São enfermos em demorado processo de reajuste.
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.
Pense nisso!
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas.
Evitemos a censura.
A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.
Se desejamos educar, reparar erros, não os abordemos estando o responsável ausente.
Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina.
Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, “a boca fala do que está cheio o coração”.
“VOCÊ É O PILOTO! Pensamentos e comportamentos errados são a raiz da maioria dos problemas.” (Donna Cunningham)
“Infelizmente, muitas pessoas utilizam a astrologia como desculpa, da mesma forma que algumas pessoas estudam Psicologia e passam o resto da vida culpando os pais pelo que lhes acontece de errado. (…) Os acontecimentos externos e as condições de nossas vidas são o que atraímos para nós mesmos através de nossos conflitos interiores, de nossas necessidades e atitudes, sejam eles conscientes ou inconscientes. Pensamentos e comportamentos errados são a raiz da maioria dos nossos problemas. Comece a examinar os seus próprios pensamentos, ações e emoções em uma situação problemática, para saber como você contribui para ela ou para provocar os danos que ela lhe causa.
Acreditar que está sendo açoitado por Plutão, ou controlado por algum mau aspecto, é ter uma visão muito estreita. O que você deve aprender (…) é que cada coisa difícil do mapa pode levar-nos a modos de ver construtivos e positivos, e a ações que nos ajudarão a percorrer o caminho espiritual. Geralmente, crescemos através do controle de circunstâncias adversas, dos conflitos interiores e dos tempos difíceis pelos quais passamos. Com isso em mente, você deve observar os aspectos maus, os trânsitos e as colocações dos signos como oportunidades para o seu crescimento. A verdadeira utilidade de um horóscopo, como o vejo, é para obter uma melhor perspectiva de si mesmo, valorizar a sua individualidade e o seu potencial, e agir voltado para uma expressão mais positiva de seu ego. O seu mapa de nascimento é apenas um painel de instrumentos nos quais você pode fazer leituras sobre o curso de sua vida. MAS VOCÊ É O PILOTO!!”
(extraído de Um guia astrológico para o conhecimento de si mesmo, de Donna Cunningham, Ed. Pensamento)