VIA Tom Rpd O Jumento Não Morre em Vão Nasrudin resolveu procurar novas técnicas de meditação. Selou seu jumento e iniciou uma peregrinação pelo mundo: foi à Índia, à China, à Mongólia, conversou com todos os grandes mestres, mas nada conseguiu. Escutou falar que havia um sábio no Nepal. Viajou até lá, mas quando subia a montanha para encontrá-lo, seu jumento morreu de cansaço. Nasrudin enterrou-o ali mesmo, e chorou de tristeza. Alguém passou e comentou: – Isso deve ser o túmulo de um santo, e você era seu discípulo. Nas certa, está lamentando sua morte. – Não, é apenas o túmulo do meu jumento, que morreu de cansaço. – Não acredito – disse o recém-chegado. – Ninguém chora por um jumento morto. Isso deve ser um lugar santo, onde os milagres acontecem, e você está tentando escondê-lo. Por mais que Nasrudin argumentasse, não adiantou. O homem foi até a aldeia vizinha, espalhou a história de um grande mestre que realizava curas em seu túmulo, e logo os peregrinos começaram a chegar. Aos poucos, a notícia da descoberta do Sábio do Luto Silencioso se espalhou por todo o Nepal – e multidões acorreram ao lugar. Um homem rico foi até ali, achou que tinha sido recompensado, e mandou construir um imponente monumento onde Nasrudin enterrara seu “mestre”. Em vista disso, Nasrudin resolveu deixar as coisas como estavam. Mas aprendeu de uma vez por todas que, quando alguém quer acreditar numa mentira, ninguém lhe convencerá do contrário.