Seis estupros por hora são registrados só no Brasil.
Seis.
Estupros.
Por.
Hora.
Agora imagina essa média se ela considerasse todos os (muitos) casos que ficam abafados.
Expande a conta para a escala global.
Misoginia não é lenda.
A sociedade nos odeia. E caso você feche os olhos para isso, nós não vamos te deixar esquecer. Jamais.
Ser mulher não é glamouroso.
É ter sua aparência em domínio público.
Ter sua intimidade invadida por olhares, gestos, palavras e mãos.
Ser estuprada na rua e em casa. Por estranhos e por conhecidos.
Chegar na delegacia e ser duvidada até o último fio de cabelo.
Ganhar menos e trabalhar mais. Dupla jornada. Tripla. Infinita.
Morrer no aborto clandestino.
Estar sozinha de noite na rua e dar o suspiro mais aliviado do mundo ao ver que atrás de você há outra mulher. Ou engolir seco de medo se for um homem.
Ter sua voz reconhecida apenas quando um homem te legitima. Afinal, ele que é racional. Sua louca exagerada emocional de TPM.
Ser mulher é ser culpada.
Ser mulher é ser adestrada.
Ser mulher é estar desapropriada do poder de escolher.
Ser mulher é ser métrica de fraqueza. “Cresça umas bolas”. “Vire macho”. “Pare de ser mulherzinha”.
Ser mulher é lutar mesmo quando não há mais força alguma para lutar.
Até que você encontra a força:
Ela se chama resistência.
Eu luto como uma mulher.
Nós vamos vencer.
– Sabrinna Suzuki