“O aconselhamento (astrológico) constitui, segundo creio, um dos mais difíceis trabalhos que já fiz. Ele é realmente um trabalho muito duro, se se quiser fazê-lo direito.
Há aquilo que denomino síndrome do “sei de tudo” entre os astrólogos, e não estou falando com base apenas na observação indireta. Também já recebi muitos astrólogos em consultas. Jamais consegui compreender por que, nos casos de que falo, pois eles inevitavelmente falaram o tempo todo. Era evidente que, qualquer coisa que eu dissesse, se eu vinculasse essas coisas a fatores astrológicos, eles estariam vinculando essas mesmas coisas a outros fatores. Estávamos, os dois, vendo as mesmas coisas no mesmo mapa, mas de formas totalmente divergentes. Todavia, seu objetivo parecia ser o de me convencer de que eles já sabiam tudo. Essa síndrome do “sei tudo” de forma alguma se manifesta apenas entre os astrólogos.
A citação apresentada a seguir lança alguma luz a respeito desta característica peculiar. Ela foi escrita por Samuel Hahnemann, fundador da medicina homeopática, um verdadeiro gênio no campo das artes curativas.
A citação de Hahnemann refere-se aos médicos, mas aplica-se igualmente aos astrólogos, os quais frequentemente atuam, na melhor das hipóteses, como médicos da pessoa interior. Disse ele:
“Prevenir, aliviar e curar constituem as funções do ofício do médico, e não a exibição, diante do mundo, como expositores do inexplicável e mestres de todo o inapreensível do Universo.”
Prevenir, aliviar e curar são muito mais importantes, em todas as artes curativas e nas profissões voltadas para auxiliar as pessoas, que a exibição de alguém com uma mente brilhante a ponto de saber tudo. A citação continua:
“Ser capaz de explicar tudo é a função do impostor – curar é a função do verdadeiro médico.”
Muitos astrólogos fariam bom proveito se decorassem essa observação.”
(extraído de Astrologia, prática e profissão, de Stephen Arroyo, Ed. Pensamento)