“Nunca pise na sombra de alguém” (‘Júpiter e Saturno’ – Liz Greene e Stephen Arroyo)

“Assim, podem ver porque há medo e repulsa. Não é só um desagrado à-toa. É uma ameaça aos valores estabelecidos. Quanto mais desequilibrados somos, mais lutamos para manter a figura de fora. Mesmo que minha cliente percebesse que sua horrível colega era, na verdade, a imagem de alguma coisa dentro dela mesma, não me agradeceria por mostrar-lhe esse fato. Em algumas culturas primitivas, existe o costume de nunca se pisar na sombra de alguém. Isto é literal – nunca ande sobre a sombra que a pessoa molda à sua frente ou atrás de si.
Parece haver uma grande sabedoria psicológica nisso, pois, o que seu melhor amigo não lhe diz, é com o intuito, corretíssimo, de preservar a amizade. Se alguém, em nome da verdade clínica, decide contar-lhe sem rodeios tudo a respeito de sua sombra, provavelmente você vai acabar detestando essa pessoa durante um longo período. Não há forma de ouvir alguém que toca nesse ponto inconsciente sensível sem sofrer uma reação bastante forte.”
(‘Júpiter e Saturno’ – Liz Greene e Stephen Arroyo – Ed. Pensamento)

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