Bill Gates em busca da privada perfeita para países pobres
Marina Franco 17 de agosto de 2012
Uma das últimas empreitadas de Bill Gates, criador da Microsoft, passa longe da ciência da computação. Mas requer muita tecnologia. O empresário busca resolver um dos graves problemas de países ainda em desenvolvimento: a falta de saneamento. Por meio da Fundação Bill & Melinda Gates*, sob sua direção, Bill investe milhões de dólares no desenvolvimento de uma privada inteligente, que supere a falta de infraestrutura de esgoto e abastecimento de água nas regiões mais pobres.
A Fundação lançou o desafio no ano passado: elaborar uma privada que não precise de água encanada nem ligação com redes de esgoto, que não permita poluição das águas de rios e que ainda recicle os dejetos em energia ou fertilizantes. Nesta semana, a instituição promoveu em Seattle a Feira da Reinvenção da Privada, que reuniu 200 inventores, projetistas, designers, investidores e autoridades governamentais.
Foram premiadas três engenhocas. Em primeiro lugar, a invenção do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA) com sistema de tratamento de água e painel fotovoltaico que abastece tanto a privada como um reator, com a função de transformar a água e o “número 2” em hidrogênio. O que fazer com esse gás? Usar em baterias de combustível que alimentam a privada à noite ou sob baixa luz solar.
Em segundo, ficou a privada inteligente elaborada por grupo de pesquisadores da Universidade Loughborough (Reino Unido) e que, por um processo de decomposição a alta temperatura e sem oxigênio, é capaz de transformar as fezes em carvão biológico. A queima deste carvão alimenta sistema projetado para recuperar minerais e – acredite se quiser! – água, a partir das fezes e da urina.
Em terceiro lugar venceram os pesquisadores da Universidade de Toronto (Canadá), que empregaram tecnologia de desidratação mecânica com combustão, à baixa temperatura e sem chama, que higieniza o cocô em 24 horas. A urina também é desinfetada com luz ultra-violeta ao passar por um filtro de areia.
Estima-se que 2.5 bilhões de pessoas em todo o munda não fazem suas necessidades em condições seguras. Isso significa quatro em cada dez habitantes. Além disso, 1 bilhão deles defecam à céu aberto. “Além da questão da dignidade humana, esta falta de acesso coloca em risco vidas humanas, cria um peso econômico e sanitário nos países pobres e prejudica o meio ambiente”, afirmou Gate em texto publicado no TheGatesNote.com.
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*Fundação Bill & Melinda Gates
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